sábado, 27 de abril de 2013

QUE ABSURDO: Papa Francisco diz que só a Igreja Católica sabe interpretar a Bíblia


Tem polêmica religiosa garantida para mais de ano. O Papa Francisco, recém eleito como o comandante da Igreja Católica Apostólica Romana – para os católicos ele é o legítimo sucessor do Apóstolo Pedro,  fundador da Igreja de Jesus Cristo na terra – põe lenha na fogueira das discussões sobre a palavra de Deus.

Para o Papa Francisco apenas a Igreja Católica está habilitada para interpretar corretamente as escrituras sagradas, aquelas que contém a palavra de Deus. Em outras palavras o Papa católico está dizendo que só a Igreja Católica sabe interpretar a Bíblia.

Em matéria da Agência Ecclesia que está repercutindo em todo o mundo, principalmente entre os protestantes, o líder maior da Igreja Católica diz que só eles, os católicos, exercem o ministério divino de preservar e interpretar a palavra de Deus.

Essa iniciativa do Papa Francisco descarta aquela idéia de que ele seria peça fundamental para unir católicos e protestantes em todo o mundo.

Confira a matéria da Agência Ecclésia onde o Papa Francisco diz ser exclusivo da Igreja Católica o direito de interpretar corretamente a Bíblia.

O Papa Francisco afirmou que a Igreja Católica é a única entidade habilitada a interpretar corretamente as escrituras e rejeitou o que chamou de “intervenção” subjetiva, em seu primeiro discurso no Comitê da Bíblia do Vaticano, na última sexta (12).

O discurso foi dirigido a especialistas e traz referências a dois textos dogmáticos do Concílio Vaticano II (1962-1965): a Constituição ‘Dei Verbum’ (‘A Palavra de Deus’), sobre o papel da Igreja e a Constituição “Lumen Gentium” (A “Luz dos Povos”).

Em seu discurso, o pontífice expressou compromisso com o pleno respeito à tradição da Igreja e mencionou o Concílio do qual ele pouco faz referências. Francisco é o primeiro pontífice das últimas décadas a não ter participado.

“O Concílio lembrou com grande clareza: tudo o que está relacionado com a maneira de interpretar as Escrituras está, em última análise, sujeito ao julgamento da Igreja, que realiza o seu mandato divino e o ministério de preservar e interpretar a palavra de Deus”, disse.

Bíblia - Ao falar sobre a bíblia, o Papa disse que “há uma unidade indissolúvel entre Escritura e Tradição”, que são “conjuntas e se comunicam entre elas, formando, de certa maneira, uma única coisa”.

“A Sagrada Tradição transmite a Palavra de Deus plenamente (…) Desta forma, a Igreja tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas não só nas Sagradas Escrituras. Uma como a outra devem ser aceitas e veneradas com sentimentos semelhantes de piedade e respeito”, disse.

A declaração, na linha de Bento XVI, não deve agradar os protestantes ou católicos contestatórios, como o suíço Hans Küng, que reivindicam o direito de interpretar livremente as escrituras.

“A interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja”, disse ao denunciar “a insuficiência de qualquer interpretação sugestiva, ou simplesmente limitada a uma análise incapaz de acolher o significado global que tem sido construído há séculos pela tradição de todo o povo de Deus”.

Interpretação subjetiva - Francisco salientou que “as Sagradas Escrituras são um testemunho escrito da Palavra de Deus, uma memória canónica que atesta a verdade da Revelação”, que “precede e ultrapassa as fronteiras” do texto escrito.

“No centro da fé cristã, não está apenas um livro mas toda uma história de salvação e especialmente uma pessoa, Jesus Cristo, a Palavra de Deus feita carne”, disse ele alertando que qualquer interpretação meramente “subjetiva ou incapaz de abraçar a globalidade” da história cristã será insuficiente.

Francisco citou que, de acordo com a Lumen Gentium, “o estudo das Sagradas Escrituras não se pode limitar a um esforço científico individual, mas deve ser sempre autenticado pela tradição viva da Igreja. O respeito pela natureza profunda das Escrituras condiciona a validade e a efetividade de toda e qualquer hermenêutica bíblica”.

Iniciativa dos padres – As declarações se opõem diretamente à ideia defendida não só por líderes cristãos de que ele aproximaria católicos e evangélicos, bem como a movimentos existentes dentro do catolicismo que buscam uma renovação estrutural dentro da Igreja, como a “Iniciativa dos Padres”, movimento ao qual já se uniram 3.500 párocos na Europa e nos Estados Unidos.

Em um manifesto publicado em 2011, o grupo afirmou ser obrigado a seguir sua própria consciência e atuar independentemente dos ditados do Vaticano, “perante a rejeição de Roma de uma reforma que há tempos é necessária”.

Entre as ideias defendidas pelo grupo, estão a ordenação de mulheres, dar comunhão a todos os “fiéis de boa vontade”, “inclusive divorciados” e permitir que também os laicos prediquem a palavra de Deus.

Reforma Católica - Apesar de seu discurso sobre a importância da tradição de Igreja, o Papa Francisco criou no sábado (13) um grupo de oito cardeais para aconselhá-lo no governo da Igreja e estudar um projeto de revisão da Cúria Romana.

O grupo será formado pelos cardeais Giuseppe Bertello, governador do Estado da Cidade do Vaticano; o chileno Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile; o indiano Oswald Gracias, arcebispo de Mumbai; o alemão Reinhard Marx, arcebispo de Munique; o congolês Laurent Monsengwo Pasiny, arcebispo de Kinshasa; o americano Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston; o australiano George Pell, arcebispo de Sydney; e o hondorenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, que será o coordenador do grupo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário